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ABRIL SEMPRE, na Casa do Alentejo de Toronto

Textos e Fotos de: Carlos Morgadinho
Adiaspora.com

O símbolo da Liberdade - o cravo.

Esta nossa reputada Casa Regional não esqueceu, como já é da praxe, festejar o 25 de Abril e dar "Vivas" à Liberdade que aquela data presenteou o povo português após 48 anos de obscurantismo, de encarceramento, tortura e de guerra nas colónias de então.

Todos os anos, mesmo no dia 25 de Abril, este feito histórico é festejado nos seus salões que além de jantares tem, como é óbvio, como entretenimento a passagem de filmes alusivos à libertação da Pátria, canções de intervenção com artistas e grupos com reportórios de muitos autores de gabarito de que destacamos o Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Francisco Fanhais, Mário Viegas, José Mário Branco, Paulo de Carvalho, Sérgio Godinho, José Carlos Ary dos Santos, Vitorino e tantos outros mais cujas composições e seus  textos lhes valeu a perseguição,  prisão e alguns deles o exilio.

Hélder Pereira.

Com o seu "Salão Azul" lotado foi o "reviver" desses tempos de ditadura que tudo espezinhava e derrubava no momento que lhes fizesse frente. Muitos de nós, imigrantes, fomos produto desses tempos, de termos que emigrar "à pressa" ou a "salto" para fugir às "garras" da tenebrosa polícia política, a Pide. Lembra-nos a "estória" do actual presidente da Casa do Alentejo, o Armando Viegas, que ainda estudante, com 18 ou 19 anos, ludibriou a Pide no aeroporto de Lisboa e veio para o Canadá. Foi um susto "a valer" disse-nos este bem conhecido líder associativo, acrescentando: -"Vocês nem queiram saber o que me aconteceria se a "golpada" não tivesse tido êxito, tanto que pertencia ao movimento socialista estudantil que estava banido pelo governo e também de tentar escapar de ser alistado nas Forças Armadas e ir para a luta em África". Mas conseguiu. Já no avião que o transportava para o Canadá, eufórico e descontraído embora, ao mesmo tempo, triste por ter de abandonar, de rompão, a família, amigos e a sua querida Lisboa. Mas para seu bem e integridade física foi a decisão mais acertada daqueles tempos conturbados".

Coronel Carlos Maia de Loureiro.

Naquela noite de alegria actuou o Grupo Melodias de Sempre sob a batuta da regente Maria José Martins e um outro bem conhecido cantor de melodias e baladas de contestação à ditadura, o Hélder Pereira, que com o seu grupo deliciou a assistência que muitas vezes acompanhou nos cânticos da noite.

O mesmo aconteceu com o grupo estudantil da Luso Can Tuna, formado por jovens todos eles nascidos muito depois da Revolução dos Cravos, na sua maioria já no Canadá, mas que sentem na alma as lutas e sofrimento do seu povo naqueles tempos distantes. Cantaram muitas das conhecidas canções de intervenção e deram também uma "aragem" de ar fresco, de sorrisos, de "Queima-de-fitas" e das "Repúblicas"   bem marcante da vida nos "Campos das Universidades" do passado.

(Da esquerda para a direita) O artista Hélder Pereira, a Presidente da AC25A Lígia Nobrega, o Coronel Carlos Maia de Loureiro, Esperança Cordeiro e o Presidente da Casa do Alentejo: Armando Viegas.

Foi a presença, já na meta final desta festa, do Coronel Carlos Maia de Loureiro, um militar de Abril, convidado da Associação Cultural 25 de Abril, e que se encontrava já, desde o dia 22, em Toronto, para encabeçar a festa daquela Associação que seria dali a dois dias, no restaurante Europa Catering. Era acompanhado por diversos membros diretivos daquela Associação que após terminado o seu jantar comemorativo num outro restaurante foi levado para acabar a noite na Casa do Alentejo.

E assim, numa festa homogénea, foi celebrado e vivido o "Abril Sempre" que mais agora do que nunca devemos cerrar fileiras para que as conquistas da "Revolução dos Cravos" não sejam cerceadas, um acto dilacerante para a Liberdade e Democracia não só do povo português como os de outras nações que no presente enfrentam os "assaltos"  contínuo aos seus direitos adquiridos com muita luta e sacrifício desde o aparecimento da chamada "Revolução Industrial" cujos "tentáculos" visava então diretamente a exploração do trabalhador.

Grupo Medolias de Sempre, sob a batuta de Maria José Martins.

Com a chamada Globalização e a pretexto de solucionar a crise actual, o capitalismo selvagem está, pelos quatro cantos do mundo, a agigantar-se e a fazer desmoronar o futuro de quem vive apenas do seu trabalho e salário.

Por isto, para defender as conquistas de tantos anos, é que muitos cidadãos democratas batem o pé aos avanços mal disfarçados destas táticas económicas e desumanas.

A Revolução dos Cravos já não é só dos portugueses e está alastrar-se por muitos outros nestes tempos difíceis. Já na Espanha e no Chile se canta "Grândola, vila morena" em oposição às Troikas e a outros movimentos económicos repressivos.  

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